aquilo vago
d'aquele asco
prest'o ato
desprezo-afago
ante o anti
(des)apego pedante
do verso s/ente
aporia imanente
desprezo insípido
ESTRIDENTE!
resquício ilícito
r e t i c e n t e...
abrigo incomum
sincera-mente
ao factotum
i n c o n s c i e n t e.
segunda-feira, 30 de maio de 2011
sábado, 7 de maio de 2011
Duchamp e os gatos selvagens

Ligo a televisão, n'um quarto cinza e bastante escuro, e me sento para assistir uma coisa qualquer, algo que esteja passando ao acaso.
Vagarosamente, reconheço o que está passando naquela pequena TV em preto e branco: gatos por todos os lados, parafernálias e recortes de tecidos envolvidos em personagens inumanos gigantes que se escondem atrás dos prédios envelhecidos. Tudo o que se passa nesta película assemelha-se a uma obra surreal, talvez uma impressionante colagem.
Depois de estar plenamente atônito com tudo aquilo, passo a adentrar neste filme no sense que, aparentemente, datava a década de 30. Logo, engendrando-me cada vez mais neste conteúdo latente, reconheço que aquelas "irreais" imagens são recortes de colagens de Dana Dude, o meu amigo artista-poeta-filósofo e, sobretudo, vadio.
Quando amadureço a ideia de que tudo o que estou vivenciando faz parte de conteúdos oníricos e artísticos de uma psique doentia, aparece, inusitadamente, o protagonista/diretor de tudo isso: o próprio Dana Dude!
Este maluco integral corta um deserto repentino guiando um animal imenso, algo medonho que mede o tamanho de um dinossauro, possivelmente era a transformação de todos aqueles gatos em apenas uma espécie - era a onipotência de um gato dinossauro, selvagem e violento, que cortava o deserto numa velocidade inconcebível. O mais incomum disso tudo - se é que posso dizer que exista algo "mais incomum" numa estória tão "non sense" - : Dana guiava o animal somente com uma coleira de pet shop, sorrindo demasiadamente como um esquizofrênico gladiador psíquico.
Neste instante, instigado sob o signo onírico, pensei: "Ele está ensinando Duchamp para os gatos selvagens".
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