segunda-feira, 27 de junho de 2011

inverno, resquício
amor tabernáculo
im pre visto:
doce suplício

e na sublimação
ácido obstáculo
suspenso oráculo
dada (in)ação

imponente impotência

quando a d i g n i d a d e
extirpada em meio ao nada
sucumbe a voz gritada

o ser cede o falo
à castração estimada
das sedentas machadadas
impostas que vos falo

feito jogo inerte
invade e subverte
a virulência transviada

um segmento triste
segue e existe
e do dito amor desiste

sábado, 25 de junho de 2011

(efe)méride fálica

quanta incoerência
num copo de café
desrazões imanentes
suscitam o preto fosco
daquele líquido fútil

primeiro gole
segundo espasmo!
nos dentes, o asco
ferida infrutífera
feito fogo faca e fome

no nefasto fato
[fictício feito físico,
funesta fricção fétida]
uma fálica fase:
formidável fruto fugaz
que como foice nos feria
e como falo nos ceifaria.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

sublime sordidez

nômade pensar
vaga alternante
desamores e
encantos

sabe-se que o
sabido
e o mero desvalido
desvanece o
inesquecido

sob o céu súbito
e cético
sonhos cegos, insanos e
sutis
salivam soberanos
em seios sublimes
o sórdido sêmen seco:
sangrento signo
sucumbido.


"Com você eu tenho mesmo de me conformar
eu tenho mesmo de não me conformar
sexo heterodoxo, lapsos de desejo
quando eu vejo o céu desaba sobre nós"

Caetano - Deusa Urbana

quinta-feira, 9 de junho de 2011

dias (a)po(r)ético(s)

quero romper
corromper com a vida
suspender o membro
de sodomita

esquivar-se do nada
comprimir-se de tudo
posto o fato, assumo:
sou um simples vagabundo

"pode ser a gota d'água"
o sangue exposto no limite
estupefato ele assiste
ao desfecho que persiste