domingo, 23 de maio de 2010

efêmera metamorfose atemporal

Paulatino distanciamento vital
Os casos cotidianos, dolorosos e fragmentados,
não suportam mais a troca digestiva do diálogo;
A vida saudável e amena,
complementada pelos lírios flutuantes da mente coletiva,
foge na atual singularidade bipolar dos paradoxos massivos,
introspectivamente ensimesmados na vaga flora da gastura.
O tempo desvanece qualquer ideal apriorístico,
todos os subterfúgios que os aproximavam
se racionalizaram na apnéia cotidiana:
Infantis afagos permanecem na região mais tênue da mente.
O garoto sincero e adorável,
convergente nas proposições mais seculares e solidificadoras da convivência,
torna-se a exemplificação da amoralidade desprezível,
da indissociável mutilação libidinal da vida.


"Quanto mais consciência eu tinha do bem e de tudo o que é 'belo e sublime', tanto mais me afundava em meu lodo, e tanto mais capaz me tornava de imergir nele por completo."
Dostoiévski em "Memórias do Subsolo"

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