sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Umbral intelectivo

Sei de coisa nenhuma
De tanto conhecer, desconheço
a obviedade do saber.
Sabe-se, quando se sente, que
conhecer é inerente, imponente.
Não saber de coisa alguma,
saber do desconhecer -
Desconhece, segue o que conhece.
Afinal, até qual instância
(des)conhece?

Razão? Quanto custa
um sopro de razão?
Desapropria-se do desconhecer
conhecendo o que saber?
Quantos labirintos desmitificados,
páginas e pluralidade de signos
possíveis neste (des)caminho.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Esse labirinto...

Trama de conceitos indesejáveis,
dessacralização mimética-
fruto da frieza antitética:
dejetos desejos execráveis.

À procura do indizível,
compulsiva busca factual,
o termo “it” existencial
congela a saliva do invisível.

Síntese soberana,
catártica voz profana,
"Nonada" da psique humana:
O labirinto "aporia clariceana".


Sublimação sob o signo metapoético de "Semiosia".
a ideia da ideia do ideado
só tem sentido quando
o ideado idealiza o dado
e a ideia segue idiotizando

terça-feira, 28 de setembro de 2010

predileção etílica

suga seco
sangue solto
sinto sempre
suave soando
sorumbático sonho
s e g r e g a n d o.

sopro sacro
sinos sangram,
sob cinco
sentidos sobem
sentenças céticas
soberanas.

a po ria
a pa tia
so do mia
su cum bia

mudaria
umavia
tr ansf orm ando
o que ia -
não via, des
via.

efemeridade etílica

Isento do descompasso
provendo o que desfaço
escasso do posto tempo
nefasto o dado momento.

Vide o sopro da bula:
o desgosto que anula
fosco fato que a chuva
vive-anula, não adula.

Fato afago feito folha
rasga o tempo, ata o tato
papo asco fita a falha
fica falso o ato falho.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Rimbaud e a "má-fé"


O vazio asco das flores epifânicas degusta, paulatinamente,

o ínfimo gene restante daquele primeiro instin’stante-
o frio sangue seco degenerativo do momento visto.

Posto o fato, o incesto ato daquele que diz isto,

não posso, não quero e detenho o previsto

do agora que nos fada ao intento do malquisto.

Celebrada a temporada infame ao lado do poeta,

o tempo desata a fala do que nos leva

ao amalgamado transe mimético da primavera.

domingo, 23 de maio de 2010

efêmera metamorfose atemporal

Paulatino distanciamento vital
Os casos cotidianos, dolorosos e fragmentados,
não suportam mais a troca digestiva do diálogo;
A vida saudável e amena,
complementada pelos lírios flutuantes da mente coletiva,
foge na atual singularidade bipolar dos paradoxos massivos,
introspectivamente ensimesmados na vaga flora da gastura.
O tempo desvanece qualquer ideal apriorístico,
todos os subterfúgios que os aproximavam
se racionalizaram na apnéia cotidiana:
Infantis afagos permanecem na região mais tênue da mente.
O garoto sincero e adorável,
convergente nas proposições mais seculares e solidificadoras da convivência,
torna-se a exemplificação da amoralidade desprezível,
da indissociável mutilação libidinal da vida.


"Quanto mais consciência eu tinha do bem e de tudo o que é 'belo e sublime', tanto mais me afundava em meu lodo, e tanto mais capaz me tornava de imergir nele por completo."
Dostoiévski em "Memórias do Subsolo"

acaso objetivo - a (ir)realidade do verbo estar

Convidou-me para viver

Cantando, rodando e sorrindo sutilezas...

“Ela sabe do desejo do seu coração”

E por saber de tal fato,

reminiscente encantamento nos seduziu-

Os “espaços lastimáveis”, as lacunas do (a)mor,

anteriormente fadados ao indigesto pranto recíproco,

dançam agora, neste momento epifânico ao acaso,

“na linha do mar” de projeções e completudes
da existência de um “amor de muito”.



Satisfação plena de ter compartilhado comigo a nossa dança, de ter me tragado com o seu sorriso leve e atemporal de amor de muito.

domingo, 9 de maio de 2010

ant(a)gnosia

Barbárie verbal apriorística,
negação do gênio judeu, assassínio existencial,
tábula rasa ocultista, moralizante;
Os ditos e feitos, quase que indefesos,
suprimidos através do medo vital,
das mesmices desconexas do ego.

É chegada a hora - as luzes soturnas consomem,
o receio de brilhar em meio ao fatum, ao fato,
reprime segredos amoralizantes, as vontades sutis
sugeridas aos astros psíquicos da fome.

O gosto gélido e gasto
da gastura gastroninfóbica
fadada ao fútil gesto fosco,
funesto feito fuga frágil,
fatalmente estigmatiza e niiliza
o paradoxo “a” nadificante-
o “a” então ant,
antecessor ant(a)gônico de Fante,
aprimora-se do vulgo ser pedante.


"Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação."
Drummond

terça-feira, 27 de abril de 2010

um 4º de (a)mor

três/4 fincados no afinco sifilítico,

3 quartos de aporia

prontos para esmagar o resquício do dia.

¼ de poros

abrem-se os polos de prosa

cada poro em seu polo

cada prole em sua prosa.

a prole da prosa,

os polens do poro.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

em a

Os prefixos dadas nos cercam

Fazem do a um fato, do a um ser

O ser vazio, “esvaziado” como diria o ser

Esvaziado? Seria este o vazio criticado “a”temporal?

Ou a transvalorização tornou o rebuscado conceitual
em um a “no sense” pejorativo?

Nad
a da
N'ada.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

"a" decadência do brilho aporético

O caminho está se afunilando

as possibilidades, antes sedutoras,

oprimem os vômitos libidinais que nos tornam vivos

Saber por onde caminhar quando não há mais os âmagos passos pulsionais,

o nada se materializa empiracamente pleno.

A forma interessante de um cotidiano "caótico",

o incomum caminho que os admiravam,

agora, exatamente neste áporo alienado de prefixatentos "a"s,

consome a impossibilidade sublimadora da clandestina felicidade que "possuíamos".

E neste "it" inesgotável, neste isto adjetivado pelo intocável "a" psíquico,

contempla-se o inerte gosto mofado da existência.

"You reached for the secret too soon
Shine on you crazy diamond"

sábado, 10 de abril de 2010

"a" - princípio do prazer, o suicídio psíquico

Esta é a teoria da conspiração crepuscular infame-

Os fatos concomitantes geraram a psicose faminta herege

Vagarosamente, os estigmas aparecem no vermelho febril da epiderme

Este é o momento, esta é a hora da constelação esfinge nos apropriar;

Com todo o seu desprendimento pulsional enigmático,

o fogo subiu por entre os fardos apáticos, o antecessor “a” o estagnou,

fomentando o homicídio do princípio de realidade.

Os desejos thanáticos, corrompendo o limite dos princípios,

Obtêm a Plenitude da imutável satisfação nadificante

na mortificação epifânica das dores despóticas cotidianas.


" We knocked on doors of hell's darker chambers
Pushed to the limits, we dragged ourselves in "

segunda-feira, 22 de março de 2010

Existência nadificante

Lacunas lastimáveis se debruçam sobre a saliva quente do tempo

Semelhantes aos pequenos desejos infantis, os pensamentos abraçam e impedem todo gênero de fuga;

A sutileza dos desencantos embeleza os amarelados pinheiros da racionalidade.

Anulam-se dois seres crepusculares, os jardins romanos frutificam suas essências aporéticas;

O vazio se estabelece na forma dissonante dos gritos viscerais que se entrecortam na confluência do silêncio.

Neste momento tudo faz sentido, desfaz-se do sentido fragmento,

Contempla-se a degenerativa completude do não sentimento.

Arte: Jean-Michel Basquiat

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O ser é o prefixo "a"; 1/4 de inexistência


É interessante evidenciar algumas pequenas coisas, pequeninas existências sutilmente dilacerantes, que nos tragam e conduzem para um modesto abismo- abismo este que suga nossa garganta e nos mortifica por momentos contínuos-, buscando um consolo em tudo isto que saliva e que mastiga o âmago.


O dia é cansativo, o mês é aflitivo, a casa é um caos ativo e a mente é a base de considerações destrutivas. Comprar o pão é o áporo da manhã, logo após notar os bolsos cheios do esplendoroso vazio. O trabalho, a agonia do ser semelhante, é a certeza da terceira parte paga do cartão no começo do mês. O trem, vertiginosamente amontoado de corpos (im)pensantes, é a confirmação de que a realidade ( empiricamente empobrecida ) é a irrealidade dos surreais filhotes bem nutritos de superficialidade. Divagar sobre intelectualidades, luxo destes favorecidos pelo despertar do meio dia, é apenas um exercício vaidoso para camuflar a ineficiência prática de encarar o que há para além "do seu" bem e "do seu" mal, visto que este fracasso apriorístico se resume nos pilares de uma alegoria culturalmente elitista.


A (in)existência

Um quarto de século, um quarto de inércia, um quarto de serenidade bestificadora,um quarto de desimportância, um quarto de enclausuramento cavernístico, um quarto de livros,um quarto de idealismo, um quarto desinteressado por desgaste, um quarto de ausência vívida, um quarto de pseudo proposições, um quarto de universo paralelo, um quarto de ilogicidade, um quarto de oportunidades desmerecidas, um quarto de sono tranquilo, um quarto de descanso eterno,um quarto mofado em seu próprio egocentrismo.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Clarice,


Elegância aporética, olhar metafísico e hipnótico

Uma esfinge cabalística, o “it” escorregadio.

Figura mítica da transcendência do ego,

da sobreposição introspectiva visceral, atemporal.

Macabeísmos existenciais, introspecção patológica;

o encontro com a sublimação divina, a onipotência

degustada docemente em uma barata,

Epifânica e viscosa Substância.

Um paradoxo pulsional: Clarice,

a paixão segundo um coração selvagem.


" Sou tão misteriosa que não me entendo "