E agora
eu aqui lendo 14.805 representações -
trocas estetas das carícias
mais íntimas:
tempos de céus cheirosos,
dos sorvetes gostosos que te consumiam
de forma verdadeira e sutil.
E neste mesmo momento,
encontro-me com vagalumes cegos
que iluminam meus pensamentos
e cegam meus recalques.
Que (a)caso,
deparo-me com o dia 15 de agosto
- quão sobreposto -
elefantes sobrevoam a
brancura de sua pele
como a convergência transcendente
entre seu cheiro,
seu pêlo
e a leveza daqueles balões
que flutuam levemente
sobre nossas cabeças de algodão.
Como a vida pôde alcançar
tamanho descaminho?
Éramos doces, belos e
inteligentes o bastante
para que não fadássemos
neste umbral séquido.
(...)
Nesta madrugada, acordei com fortes dores
no peito,
não sei se por conta dos infinitos e pensantes
ensejos que venho (es)tragando
ou se, de modo mórbido e esquálido,
meu coração está comprimindo todas as esperanças
daquele deleite sonho futuro:
família sublime, dois filhos felizes e dóceis,
eu e você acordando diariamente
em meio aos nossos anseios e corações unificados -
a maciez de nossas projeções reais.
Materializamos um mundo paralelo,
construindo edifícios (in)transponíveis
com nossas exasperadas mãos apaixonadas;
seus cabelos formavam coloridos mares
que reluziam em nosso céu de estrelas
quentes e pacíficas.
Assim como naquele filme pedante do DiCaprio,
que sempre amei e você nunca tinha visto,
[até o momento da consumação de minha falência em sua vida prática]
em que um casal de amantes metafísicos
se enclausurava em suas inconsciências
por conta de uma desmedida resignação
com o mundo empírico -
resistência visceral, representação intensa
de um amor real e psíquico.
Mas, assim como no dilacerante desfecho deste romance analítico,
nosso mundo desmoronou, destruí
grande parte das estruturas que solidificavam nossas almas -
antes límpidas e insuperáveis sublimações.
E nesta degenerada temporada no inferno,
totalizantes desencontros abissais
acinzentam-me no umbral de escombros decepcionantes:
um labirinto tísico, preponderante.
Para (re)ler ao som de "Canções de apartamento" - Cícero
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
Cafeína
Um copo de café corriqueiro, um minuto de nadificação e uma sublimação:
“Logo após beijar suas canelas, cheirosíssimas e brancas, desatava os belos laços róseos, com toda delicadeza poética de Neruda, e passeava as pontas dos macios fitilhos doces por toda sutileza da sua pele tênue; percorri, assim, por todos os lindos e desejados corações do seu corpo sereno, atentando-me a cada contorno ameno e meigo destas belas representações que se projetam na minha psique.
Com a saliva acumulada de prazer e desejo, vou mordendo vagarosa e intrinsecamente as suas costas, saboreando os sentimentos delirantes e furtivos do seu âmago. Sigo levemente para a parte inferior deste desejo onírico, deslizando liricamente os lábios na brancura e maciez natural das suas nádegas: realizando as sublimações psíquicas que me conduzem a pseudo insanidade da ‘irrealidade do verbo estar’.
Realização semelhante obtenho na surreal completude de deitar a língua quente no pequeno coração abaixo de sua virilha, subindo libidinalmente ao centro da sua composição pura e deliciando-me com a permanência dos meus patológicos lábios quentes em meio a umidade saborosa e sublime dos seus...”
“Logo após beijar suas canelas, cheirosíssimas e brancas, desatava os belos laços róseos, com toda delicadeza poética de Neruda, e passeava as pontas dos macios fitilhos doces por toda sutileza da sua pele tênue; percorri, assim, por todos os lindos e desejados corações do seu corpo sereno, atentando-me a cada contorno ameno e meigo destas belas representações que se projetam na minha psique.
Com a saliva acumulada de prazer e desejo, vou mordendo vagarosa e intrinsecamente as suas costas, saboreando os sentimentos delirantes e furtivos do seu âmago. Sigo levemente para a parte inferior deste desejo onírico, deslizando liricamente os lábios na brancura e maciez natural das suas nádegas: realizando as sublimações psíquicas que me conduzem a pseudo insanidade da ‘irrealidade do verbo estar’.
Realização semelhante obtenho na surreal completude de deitar a língua quente no pequeno coração abaixo de sua virilha, subindo libidinalmente ao centro da sua composição pura e deliciando-me com a permanência dos meus patológicos lábios quentes em meio a umidade saborosa e sublime dos seus...”
rascunhos e recalques
Num copo de cerveja
não há quem não veja
aquele sopro doce:
tua boca, uma cereja.
No descompasso
isento de disfarce
desfibro, desfaço
o salpicado passo.
Faminta retina
o coração tritura
e o amor, clausura,
despido desatina.
rascunhos e recalques II
passos macios
cabelos doces
capitu febril
incita-me cores.
mítica erógena
exótica antítese
mímese erótica
deleite síntese.
rascunhos e recalques III
sorriso onipotente
desestrutura a fala
doce sopro: contente
descongela-me e cala.
incinera-me infância
ente vasto que dança
coração, criança
seduz -me, encanta.
como é fácil
estar entre os quinze
corpo frágil
segue e finge
não estar
desconjurado.
quantas janelas
semi-abertas
entre nada
supor o tudo
ensejo simples,
o b s c u r o.
domingo, 16 de dezembro de 2012
"Torna-te quem tu és"
Engendre-se no mais íntimo e tênue
desassossego de sua ínfima introspecção.
Descubra, neste incisivo umbral,
os crepúsculos lacunares de sua gênese
(equívocos esquálidos e refutáveis).
Sabendo que nunca será o que fomos,
nem mesmo o que sou,
escancare suas incompletudes nas
idiotizadas e nadificantes condutas existenciais:
peças desprezíveis deste tabuleiro vazio.
Continue a provar para o ego
a vida de nossas antíteses
que sempre estiveram ocultas
nas poeiras de sua utópica inconsciência.
A sapiência não é mera virtude
em que qualquer espasmo
- corroído em disparate -
apropria-se de maneira real.
E hoje,
após imensa falácia cognitiva,
permite-se retornar aos escombros
de sua doxa pífia e aviltante -
inerência sedutora exorbitante
de um fatigado descaminho:
ontologia fútil, errante.
desassossego de sua ínfima introspecção.
Descubra, neste incisivo umbral,
os crepúsculos lacunares de sua gênese
(equívocos esquálidos e refutáveis).
Sabendo que nunca será o que fomos,
nem mesmo o que sou,
escancare suas incompletudes nas
idiotizadas e nadificantes condutas existenciais:
peças desprezíveis deste tabuleiro vazio.
Continue a provar para o ego
a vida de nossas antíteses
que sempre estiveram ocultas
nas poeiras de sua utópica inconsciência.
A sapiência não é mera virtude
em que qualquer espasmo
- corroído em disparate -
apropria-se de maneira real.
E hoje,
após imensa falácia cognitiva,
permite-se retornar aos escombros
de sua doxa pífia e aviltante -
inerência sedutora exorbitante
de um fatigado descaminho:
ontologia fútil, errante.
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
aurora
desconexo descaso
prepondera-se em
nossos descaminhos:
uma vida,
duas cores
antitéticas e paradoxais
consomem-se em suas
confluências espontâneas
vastidão plural e
introspectiva
de um áporo sinestésico
e doce.
prepondera-se em
nossos descaminhos:
uma vida,
duas cores
antitéticas e paradoxais
consomem-se em suas
confluências espontâneas
vastidão plural e
introspectiva
de um áporo sinestésico
e doce.
Fronteiras subjetivas
Quantas vidas,
vazias e desconexas,
serão necessárias
para tamanha liberdade -
sentido único e
c a m i n h a n t e
dos desiludidos acasos
psíquicos.
não, a vida ainda
não completa-nos
em sua última
instância -
seu amor, intransponível
e atemporal,
ainda incita-nos
pleno desassossego.
vazias e desconexas,
serão necessárias
para tamanha liberdade -
sentido único e
c a m i n h a n t e
dos desiludidos acasos
psíquicos.
não, a vida ainda
não completa-nos
em sua última
instância -
seu amor, intransponível
e atemporal,
ainda incita-nos
pleno desassossego.
Esfinges oraculares
Os gatos estão por entre
as flores de nossas
divagações inversas
há um exorbitante lirismo
nos passos comedidos
e confortáveis
daqueles seres em introspecção
a fumaça,
em seu balé suspenso,
conduz a pluralidade
subjetiva destes autônomos
(g)atos peculiares -
corações exasperados de
solitude reflexiva e
íntima singularidade.
as flores de nossas
divagações inversas
há um exorbitante lirismo
nos passos comedidos
e confortáveis
daqueles seres em introspecção
a fumaça,
em seu balé suspenso,
conduz a pluralidade
subjetiva destes autônomos
(g)atos peculiares -
corações exasperados de
solitude reflexiva e
íntima singularidade.
Jardins oblíquos
Signos intransponíveis,
dejetos peculiares de
uma subjetividade calma -
cores e cheiros
brotam no imaginário
ser em decomposição.
regenerar-se por entre
os jardins opostos:
um sopro de vida,
surto thanático,
carinhoso,
fomenta e fortalece
nossas introspecções mais íntimas
assim como felinos
que desdenham seus instintos
em nome da paz
inconstante,
aporética.
dejetos peculiares de
uma subjetividade calma -
cores e cheiros
brotam no imaginário
ser em decomposição.
regenerar-se por entre
os jardins opostos:
um sopro de vida,
surto thanático,
carinhoso,
fomenta e fortalece
nossas introspecções mais íntimas
assim como felinos
que desdenham seus instintos
em nome da paz
inconstante,
aporética.
Fendas
O amor nunca esteve
sob nossos corações.
A culpa, sorrateira e
espontânea,
brotou de nossos
sentidos exasperados,
ocasionando a perda
dos signos alardeados.
Um caos nunca foi
exorbitante e propício
aos sublimantes caminhos -
sorumbáticos / ferozes.
A vida, vago vértice,
irrompe retilíneos
escombros do acaso.
sob nossos corações.
A culpa, sorrateira e
espontânea,
brotou de nossos
sentidos exasperados,
ocasionando a perda
dos signos alardeados.
Um caos nunca foi
exorbitante e propício
aos sublimantes caminhos -
sorumbáticos / ferozes.
A vida, vago vértice,
irrompe retilíneos
escombros do acaso.
cor/ações
Os portais traumáticos
residem nos corações
secamente degenerados
dos famintos e
arrojados:
famintos de sublimações
e arrojados de
fétidas premissas
que mal cabem em suas
calejadas e horrendas
mãos -
tomados pela ferida existencial,
não concebem sua ínfima
existência em meio ao
nada.
residem nos corações
secamente degenerados
dos famintos e
arrojados:
famintos de sublimações
e arrojados de
fétidas premissas
que mal cabem em suas
calejadas e horrendas
mãos -
tomados pela ferida existencial,
não concebem sua ínfima
existência em meio ao
nada.
Solitude outonal
A falência nos toma
como galhos secos
de uma árvore flagelada
e, sutilmente, envelhecida.
Cada um dos galhos
(mesmo secos e sobrepostos)
incita-nos uma vida
breve e soberana
como um transeunte
a esmo, à deriva,
em meio ao descaso
das dores, do cume
e da degeneração
r e n e g a d a.
como galhos secos
de uma árvore flagelada
e, sutilmente, envelhecida.
Cada um dos galhos
(mesmo secos e sobrepostos)
incita-nos uma vida
breve e soberana
como um transeunte
a esmo, à deriva,
em meio ao descaso
das dores, do cume
e da degeneração
r e n e g a d a.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
(a)caso escarlate
doce flor
de voz insaciante
lábios escassos
de vazies
alma límpida e
formidável
patologia simples,
insuperável
flores e frutos
reluzentes como
luto...
a paz reside
no obscuro
carinho tenso
e obtuso
pacífico signo,
voz indecifrável
ao acaso
e o ar -
doce inefável -
destoa a vida
(in)saciável.
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